domingo, 13 de maio de 2012

Nelson Rodrigues


Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 — Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) foi um importante dramaturgo, jornalista e escritor brasileiro, tido como o mais influente dramaturgo do Brasil.
Nascido no Recife, Pernambuco, no ano de 1912, mudou-se em 1916 para a cidade do Rio de Janeiro. Quando maior, trabalhou no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai. Foi repórter policial durante longos anos, de onde acumulou uma vasta experiência para escrever suas peças a respeito da sociedade. Sua primeira peça foi A Mulher sem Pecado, que lhe deu os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. O sucesso mesmo veio com Vestido de Noiva, que trazia, em matéria de teatro, uma renovação nunca vista em nossos palcos. A consagração se seguiria com vários outros sucessos, transformando-o no grande representante da literatura teatral do seu tempo, apesar de suas peças serem taxadas muitas vezes como obscenas e imorais. Em 1962, começou a escrever crônicas esportivas, deixando transparecer toda a sua paixão por futebol. Veio a falecer em 1980, no Rio de Janeiro.

Suas obras: A mulher sem pecado; Vestido de noiva; Valsa nº 6; Viúva, porém honesta; Anti-Nélson Rodrigues; Álbum de família; Anjo negro; Senhora dos Afogados; Doroteia; A falecida; Perdoa-me por me traíres; Os Sete Gatinhos; Boca de ouro; O beijo no asfalto; Bonitinha, mas ordinária; Toda Nudez Será Castigada.

O TEXTO TEATRAL E O NARRATIVO
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Estudos Literários

Com exceção de certas representações como a pantomima (representação de uma história exclusivamente através de gestos, expressões faciais e movimentos), ou das improvisadas como a Commedia Dell’arte; o teatro não é uma arte totalmente autônoma. Precisa, como base, de textos literalmente elaborados. O texto foi, tradicionalmente, o alicerce básico da arte dramática na maioria das culturas, embora isso se tenha verificado de forma mais acentuada no Ocidente. Estes textos literários formam, em seu conjunto, a Literatura Dramática. As artes cênicas e a literatura dramática, que evoluíram paralelamente, constituem uma unidade indissolúvel, que se materializa na atuação, na representação, no palco.
Apesar da semelhança entre um texto teatral e um texto narrativo (conto, novela, romance), diferenças de fácil distinção, a saber:
 No texto narrativo, o narrador é o veículo dos acontecimentos, pois, é aquele que transmite a história. O texto teatral, entretanto, dispensa o narrador. No teatro a história não nos é contada, mas, sim, mostradapelas personagens vividas pelos atores, como se fosse de fato a própria realidade. Essa é a vantagem do teatro: transforma a narração em ação;nada existe sem a ação e a não ser por meio delas.
 Por outro lado, em virtude da falta de narrador, o diálogo constitui-se o elemento determinante da ação dramática. Destituídas do narrador, é a forma natural das personagens desenvolverem a ação.
 As rubricas (didascálias) são indicadoras de um texto teatral; orientam os atores sobre o modo de proceder no palco. São frases ou palavras indicando o ambiente, a época, os costumes, os gestos, os objetos e entonações de voz dos atores; grafadas entre parênteses, com letras minúsculas e, geralmente em itálico. Antes, porém, em letras maiúsculas, vem o nome das personagens. Há as rubricas de interpretação e as de movimento: PAULO: (desviando a conversa) - Está frio... (= de interpretação). CARLOS: (batendo na porta) - Marcos!MARIA (segurando a mão de Tião)  Por que Tião? (= de movimento).
 O texto teatral nos informa somente o essencial a respeito do espaço. Ao lê-lo podemos imaginar qualquer espaço. No palco não há a necessidade de se colocar uma multidão em cena para indicar que a personagem está em meio a ela. Som previamente gravado pode substituir a vozes da multidão; assim como, substituir ruídos de trens, carros, aviões, etc.
 O texto narrativo é dividido em capítulos, enquanto o teatral é dividido em atos, que podem ser subdivididos em cenas quando a peça é muito longa.
 No teatro o autor é relegado aos bastidores, onde permanece invisível e em silêncio. Ele desaparece atrás do mundo que criou.
 Enquanto os textos narrativos e teatrais ficam documentados em livros, os cenários e figurinos em fotografias e desenhos, a peça teatral é efêmera, só se realiza integralmente enquanto dura o espetáculo.
Texto de Ricardo Sergio, retirado de http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/183022

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Linguagem jornalística


Características da linguagem jornalística:

a) é composta de palavras, expressões passíveis na variedade linguística do dia-a-dia e aceitas no registro formal;
b) é objetiva e mais denotativa do que conotativa (raros usos de sentido figurado, metáfora, etc.);
c) é empática. Tenta projetar no leitor os sentimentos dos envolvidos na notícia;
d) é convencional, arbitrária: o jornalista faz suas opções lingüísticas;
e) é referencial - foco na informação;
f) é imparcial (relativamente). Não contém expressões que denunciem a opinião do autor;
g) é predominantemente narrativa. Carregada de verbos de ação.
Obs.: a escolha entre a voz ativa ou passiva depende do destaque que se quer dar.
Ex.: Um ex-aluno transtornado entrou em uma escola em Realengo e atirou em vários jovens. (voz ativa - foco maior no praticante da ação)
Vários jovens de uma escola em Realengo foram baleados por um ex-aluno transtornado. (voz passiva - foco maior em quem sofreu a ação)
Características do estilo jornalístico:

a) uso de frases curtas, predominantemente;
b) uso de frases simples, evitar orações complexas;
c) evitar intercalação excessiva (apostos, travessões, parênteses), pois torna as frases mais complexas;
d) evitar locuções verbais com mais de dois verbos (ex.: vinha deixando de fazer);
e) uso da ordem direta da língua; (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS E ADJUNTOS ADV.)
Ex.: ("Vários manifestantes ocuparam a praça da cidade no último domingo", e NÃO "ocuparam a praça da cidade vários manifestantes no último domingo)
f) evitar ambigüidade;
g) uso de repetições, não excessivas, que contribuam para a percepção e a memorização das informações do texto.

EXEMPLO DE TEXTO JORNALÍSTICO

Sexta - 08/04/11 11h00, atualizado em 08/04/11 11h03

Seis pessoas são presas com mais de 200 pedras de crack em Garanhuns
Três dos suspeitos foram presos na Cohab II, com dez pedras de crack, um cachimbo e R$ 100; os outros estavam no bairro Heliópolis, com 260 pedras da mesma droga e R$ 225
Da Redação do pe360graus.com
Três homens e três mulheres foram presos, na manhã desta sexta-feira (08), em Garanhuns, no Agreste, acusados de tráfico de drogas. Com o grupo, foram apreendidas mais de 200 pedras de crack e dinheiro.

Dos seis suspeitos, três foram presos na Cohab II, com dez pedras de crack, um cachimbo e R$ 100. As outras três estavam no bairro Heliópolis, com 260 pedras da mesma droga e R$ 225.
Os acusados serão ouvidos na Delegacia Regional de Garanhuns. As três mulheres vão ser encaminhadas à Colônia Penal Feminina, em Buíque, e os três homens, à Cadeia de Garanhuns.


Note-se que domina a voz passiva (foram presos / vão ser encaminhadas etc.). Assim, por exemplo, em "foram apreendidas 200 pedras de crack", o destaque não é para quem apreendeu, e, sim, para o que foi apreendido.
A expressão "vão ser" se aproxima um pouco da informalidade, mas ainda é aceita pela norma culta, como falado nas características da linguagem jornalística.
Praticamente todas as sentenças estão na ordem direta (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS)
O texto dá prioridade à informação, sem demonstrar opinião.

Autor Diogo Xavier