quarta-feira, 18 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Padre Anchieta
José de Anchieta nasceu em família rica, numa das sete ilhas
Canárias, de onde avistava os navios que se abasteciam no porto de Tenerife
para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a
mãe, uma judia conversa. Aos 14 anos, foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia
a vocação religiosa e, em 1551, foi admitido como noviço no colégio jesuíta da
Universidade de Coimbra.
Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como
missionário, acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado
pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a São Vicente, a primeira vila fundada
no Brasil por Martim Afonso de Sousa. Lá, teve o primeiro contato com os
índios.
No mesmo ano, junto com o jesuíta português Manuel da
Nóbrega, subiu a serra do Mar até o planalto que os índios denominavam
Piratininga, ao longo do rio Tietê. Os dois missionários estabeleceram um
pequeno colégio, e, em 25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa.
Anchieta começou o trabalho de conversão, batismo e catequese.
Para os índios, foi médico, sacerdote e educador: cuidava do
corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a
aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos índios, aprendeu
tupi-guarani com eles e (seguindo a tradição missionária, que mandava assimilar
e registrar os idiomas) escreveu a "Arte da Gramática da Língua Mais
Falada na Costa do Brasil", publicada em Coimbra em 1595.
O colégio de São Paulo de Piratininga, como era chamado,
logo expandiu seu núcleo. Mas, ao longo do litoral de São Paulo, Rio de Janeiro
e Espírito Santo, as tribos formaram uma aliança (conhecida como Confederação
dos Tamoios) que atacou São Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564.
Anchieta e Nóbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e
decidiram iniciar as negociações de paz com os tamoios em Iperoig (hoje
Ubatuba). Anchieta, falando tupi-guarani e viajando por toda aquela costa, foi
crucial para ganhar a confiança dos índios, e, após muitos incidentes,
estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambás e portugueses. Nessa época,
Anchieta escreveu o "Poema em Louvor à Virgem Maria", com 5.732
versos, alguns dos quais traçados nas areias das praias.
Em 1565, entrou com Estácio de Sá na baía de Guanabara, onde
estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de São Sebastião do
Rio de Janeiro. Dali, Anchieta seguiu para Salvador, onde foi ordenado
sacerdote. Por ocasião dessa viagem, novamente pisou em terras capixabas. Em
1567, voltou para o Rio e para São Vicente. Nessa última, permaneceu dez anos,
quando foi nomeado provincial (supervisor) dos jesuítas no Brasil.
Em 1585, fundou a aldeia de Guaraparim (hoje Guarapari), no
Espírito Santo. Morreu aos 63 anos em Reritiba, atual Anchieta. Os índios
levaram seu corpo numa viagem de 80 quilômetros até Vitória, onde foi
sepultado.
Anchieta, chamado o Apóstolo do Brasil, foi beatificado em
22 de junho de 1980 pelo papa João Paulo 2o.
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