domingo, 10 de julho de 2011

Esculturas e a Arte Contemporânea

Os anos 50 são marcados pela acelerada expansão do abstracionismo, tanto de linhas geométricas como informais. O Concretismo, um estilo de abstração geométrica, se torna a moda do momento, sendo louvado por críticos e artistas e dominando os salões e galerias. Paralelamente assistiu-se ao desenvolvimento de uma abstração informal, e, logo se notou também um grupo de artistas que, não desejando abandonar de todo a figuração, passaram a incorporar estilizações abstratizantes a uma estrutura ainda figurativa.

Nos anos 60, as tendências continuaram se multiplicando e o abstracionismo continuou presente na maioria delas, tornando-se, tanto no campo das ideias quanto das formas, um ideal recorrente. Sua utilização implica em uma grande variedade de produções e aplicaçãoes.

A geração mais recente de escultores tem utilizado à larga e em completa liberdade recursos e materiais novos oferecidos pela indústria e tecnologia, como o computador para projetar suas obras e as resinas, borrachas e plásticos para realizá-las, e tem incorporado, conforme sua necessidade expressiva, além de todo o enorme acervo de técnicas e formas herdadas da cultura anterior, procedimentos típicos do Pós-modernismo.

A obra que vê aqui se chama "Teorema" (1987/88) e é do artista Bruno Giorgi.

Arte hiper-realista

Hiper-realismo

Hiper-realismo ou fotorrealismo é um estilo de pintura e escultura, que procura mostrar uma abrangência muito grande de detalhes, tornando a obra mais detalhada do que uma fotografia ou do que a própria realidade.

As obras hiper-realistas, por apresentarem uma exatidão de detalhes bastante minuciosa e impessoal, geram um efeito de irrealidade, formando o paradoxo: "É tão perfeito que não pode ser real".

Teve início em 1968, expandindo-se no início dos anos 70, tendo grande popularidade na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Trata-se da retomada do realismo na arte contemporânea, contrariando as direções abertas pelo minialismo e pelas pesquisas formais da arte abstrata. Se pintura e fotografia não se confundem, a imagem fotográfica é um recurso permanente dos "novos realistas", sendo utilizada de diversas maneiras. A foto é usada, antes de tudo, como meio para obter as informações do mundo, pinta-se a partir delas.

O pintor e o escultor trabalham tendo como primeiro registro os movimentos congelados pela câmera, num instante preciso. Se o modelo vivo - pessoa ou cena - sofre permanentemente as interferências do ambiente e está, portanto, sempre em movimento, a imagem registrada pela máquina encontra-se cristalizada, imune a qualquer efeito externo imediato, o que dá a ela um tom de irrealidade.

Os artistas dessa corrente artística utilizavam o recurso da ampliação fotográfica, derivada da Pop Art - movimento iniciado no EUA na década de 60 do século passado que tinha como alvo principal toda cultura de massa. O Hiper-realismo aliou essa técnica ao uso de uma meticulosa iluminação e de reflexos naturais e artificiais, que conferem uma qualidade visual fantástica a imagens cotidianas. O mundo cotidiano retratado pelos hiper-realistas, em geral, refere-se aos aspectos banais, às cenas e atitudes familiares, aos detalhes captados pela observação precisa.

As imagens que vê aqui são do artista Ron Mueck, importante nome da arte hiper-realista.


sábado, 9 de julho de 2011

Onde encontramos Arte?


Pode-se dizer que a arte é uma expressão estética, é o modo do artista entender o belo observando o seu objeto de estudo. Ela tem como um de seus principais atributos o poder de discutir as questões de sua época, de modo que vá registrando o tempo ao qual está vinculada.
Nem tudo o que é considerado belo deverá, necessariamente, ser considerado arte, e nem toda arte será considerada bela, de tal modo que, às vezes, sentimos uma sensação de que estão ocorrendo distorções acerca do que é belo.
Em todas as épocas encontramos um padrão de beleza específico e podemos perceber essas especificidades a partir, por exemplo, das roupas e dos corpos. Podemos utilizar a imagem do corpo feminino como um paradigma dessa modificação de padrão de beleza.
O belo foi, em muitos momentos históricos, definido e considerado algo objetivo e absoluto. Para gregos e romanos, belo, verdadeiro e bom eram três valores supremos. Para os gregos antigos, o bom cidadão da pólis tinha de ser belo e virtuoso. Belo (kalós) era não só o de formas proporcionais, mas também forte e são.
Não precisamos observar a fundo para perceber que a arte contemporânea não se utiliza, necessariamente, do belo como diálogo, inclusive o que se percebe é que, a partir do séc. XX, o conceito de belo é definitivamente desvalorizado no âmbito da arte. Ela manifesta-se através da busca da participação do espectador. Apesar dessa transformação da arte, o conceito de belo não desaparece completamente, pois, para quem tem como padrão de beleza uma obra de Renoir ou Leonardo da Vinci talvez tenha dificuldade de aceitar, como obra de arte e como belo, um trabalho de um artista contemporâneo, como Duchamp ou Picabia que fazem uma releitura ousada do mundo e do corpo humano.
A criação de uma peça de arte está voltada para um objetivo de expressão, ou seja, a pessoa, ao criar uma peça que possa ser tida como artística, está em busca da exteriorização suas ideias, suas sensações e seus sentimentos. Além de ser criada com o intuito de expressão/exteriorização, a peça artística procura atingir uma postura de observação e reflexão em seu espectador, ou seja, ela busca encontrar - ou gerar - uma postura de contemplação.
A arte pode ser encontrada, então, em peças e expressões que permitam ao artista a exteriorização de suas ideias e que sirvam ao objeto de contemplação, o que, por muito tempo foi ligado aos conceitos de beleza, mas que, na arte contemporânea, está mais ligado a essa dicotomia que envolve expressão e alcance.