O conto é um texto de
pequena extensão, normalmente bem curto (menor que a novela ou o romance) e
empolgante, o que torna este limitado aos fatos relevantes. O enredo,
basicamente, uma estrutura que começa com uma breve apresentação, depois a
história é levada a uma pequena “complicação”, atingindo aí o seu clímax e
culminando com um desfecho, que, em alguns casos, deixa o final do conto em
aberto, cabendo ao leitor colocar suas próprias impressões sobre o fato e criar
o seu fim de fato.
Quanto ao gênero é apresentado
em forma de narrativa e quanto à forma de escrever em prosa. Este gênero
apresenta grande flexibilidade, podendo até mesmo tornar-se bem parecido com
uma crônica ou uma poesia. Alguns historiadores acreditam que este gênero
descenda do mito, da lenda, da parábola, do conto de fadas e, até mesmo, das
anedotas.
Embora seja composto de
todos os elementos de uma narrativa, tem poucos personagens o que delimita,
consubstancialmente, o tempo e o espaço. Apresenta apenas um clímax, enquanto
em um romance, por exemplo, a obra vai se desdobrando através de vários outros
conflitos, que podem ser entendidos como secundários. Isto faz o conto ser
sucinto.
A origem do Conto, enquanto
forma literária, é pouco divergente, entretanto imprecisa já que o primeiro
momento em que se pode perceber o uso dessa estrutura foi numa fase oral,
conforme estudos de Vladimir Propp (A morfologia do conto maravilhoso), pois,
mesmo havendo textos que podem ser considerados contos desde O livro do mágico,
que data de cerca de 4000 a.C. (momento em que é registrado o início da fase
escrita dos contos, no Egito) até à Bíblia, entende-se que Giovanni Boccaccio
(1313 – 1375), no século XIV, estabeleceu as bases dessa forma narrativa em seu
livro Decameron. O conto, na verdade, nasceu de maneira humilde e anônima e era
um relato simples e despretensioso de situações fictícias para ser apreciado em
momentos de entretenimento.
Então, o conto cria um
universo paralelo onde seres fictícios vivem situações de seu cotidiano
fantasioso, às vezes próximos do real, mas com o intuito de criar um
estranhamento através de uma leitura da sociedade. Ele apresenta um narrador,
personagens e enredo, mas também um ponto de vista, o que faz com que a obra
tenha um caráter mais ou menos agressivo enquanto crítica social.
A melhor maneira de
compreender um conto seria inicialmente fazer uma primeira leitura deste e
depois tentar levantar informações sobre o seu autor, sua biografia, para se
situar no universo deste. Normalmente um conto não é publicado isoladamente, às
vezes faz parte de uma obra maior. Depois disto devemos tentar compreender as
palavras utilizadas, a escolha destas não é casual, então devemos tentar
perceber porque fora usada esta e não uma outra que tenha o mesmo significado.
O título também é muito significativo, tentar descobrir, no texto, o que levou
o autor a optar por este título deixa o leitor mais sagaz. A partir de então,
podemos começar a analisar propriamente o texto e para tanto, algumas perguntas
hão de se tornar uma constante, tais como QUEM?, POR QUE?, ONDE?, COMO?,
QUANDO?.
Existem grandes
especialistas em análise de contos, conhecer a sua visão sobre a estrutura de
um conto torna mais fácil e prazerosa a leitura de qualquer destes. A
professora Heidi Strecker dá dicas de grande importância e utilidade para quem
quer começar a ler contos ou aprimorar-se no entendimento destes.
Alessandro
Freitas
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