domingo, 26 de junho de 2011

Croquis
















Um croquis (palavra francesa eventualmente aportuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de moda, um esboço qualquer. Um croquis, portanto, não exige grande precisão, refinamento gráfico ou mesmo cuidados com sua preservação, diferente de desenhos finalizados. Costuma ser realizado em intervalos de tempo relativamente curtos, como períodos de 10 a 15 minutos. O que costuma ser mais importante no croquis é o registro gráfico de uma idéia instantânea, através de uma técnica de desenho rápida e descompromissada.

domingo, 19 de junho de 2011

Conhecendo mais: texto dissertativo-argumentativo

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.

Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.

O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.

Introdução

Que apresenta o assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, o autor formula uma tese ou a idéia principal do texto.

Teatro e escola, em princípio, parecem ser espaços distintos, que desenvolvem atividades complementares diferentes. Em contraposição ao ambiente normalmente fechado da sala de aula e aos seus assuntos pretensamente "sérios" , o teatro se configura como um espaço de lazer e diversão. Entretanto, se examinarmos as origens do teatro, ainda na Grécia antiga, veremos que teatro e escola sempre caminharam juntos, mais do que se imagina.(tese)

Desenvolvimento

Formado pelos parágrafos que fundamentam a tese. Normalmente, em cada parágrafo, é apresentado e desenvolvido um argumento. Cada um deles pode estabelecer relações de causa e efeito ou comparações entre situações, épocas e lugares diferentes, pode também se apoiar em depoimentos ou citações de pessoas especializadas no assunto abordado, em dados estatísticos, pesquisas, alusões históricas.

O teatro grego apresentava uma função eminentemente pedagógica. Com sua tragédias, Sófocles e Eurípides não visavam apenas à diversão da platéia mas também, e sobretudo, pôr em discussão certos temas que dividiam a opinião pública naquele momento de transformação da sociedade grega. Poderia um filho desposar a própria mãe, depois de ter assassinado o pai de forma involuntária (tema de Édipo Rei)? Poderia uma mãe assassinar os filhos e depois matar-se por causa de um relacionamento amoroso (tema de Medeia e ainda atual, como comprova o caso da cruel mãe americana que, há alguns anos, jogou os filhos no lago para poder namorar livremente)?

Naquela sociedade, que vivia a transição dos valores místicos, baseados na tradição religiosa, para os valores da polis, isto é, aqueles resultantes da formação do Estado e suas leis, o teatro cumpria um papel político e pedagógico, à medida que punha em xeque e em choque essas duas ordens de valores e apontava novos caminhos para a civilização grega. "Ir ao teatro", para os gregos, não era apenas uma diversão, mas uma forma de refletir sobre o destino da própria comunidade em que se vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.

Deixando de lado as diferenças obviamente existentes em torno dos gêneros teatrais (tragédia, comédia, drama), em que o teatro grego, quanto a suas intenções, diferia do teatro moderno? Para Bertold Brecht, por exemplo, um dos mais significativos dramaturgos modernos, a função do teatro era, antes de tudo, divertir. Apesar disso, suas peças tiveram um papel essencial pedagógicovoltadas para a conscientização de trabalhadores e para a resistência política na Alemanha nazista dos anos 30 do século XX.

O teatro, ao representar situações de nossa própria vida - sejam elas engraçadas, trágicas, políticas, sentimentais, etc. - põe o homem a nu, diante de si mesmo e de seu destino. Talvez na instantaneidade e na fugacidade do teatro resida todo o encanto e sua magia: a cada representação, a vida humana é recontada e exaltada. O teatro ensina, o teatro é escola. É uma forma de vida de ficção que ilumina com seus holofotes a vida real, muito além dos palcos e dos camarins.

Conclusão

Que geralmente retoma a tese, sintetizando as idéias gerais do texto ou propondo soluções para o problema discutido. Mais raramente, a conclusão pode vir na forma de interrogação ou representada por um elemento-surpresa. No caso da interrogação, ela é meramente retórica e deve já ter sido respondida pelo texto. O elemento surpresa consiste quase sempre em uma citação científica, filosófica ou literária, em uma formulação irônica ou em uma idéia reveladora que surpreenda o leitor e, ao mesmo tempo, dê novos significados ao texto.

Que o teatro seja uma forma alternativa de ensino e aprendizagem, é inegável. A escola sempre teve muito a aprender com o teatro, assim como este, de certa forma, e em linguagem própria, complementa o trabalho de gerações de educadores, preocupados com a formação plena do ser humano. (conclusão)

Quisera as aulas também pudessem ter o encanto do teatro: a riqueza dos cenários, o cuidado com os figurinos, o envolvimento da música, o brilho da iluminação, a perfeição do texto e a vibração do público. Vamos ao teatro! (elemento-supresa)

(Teatro e escola: o papel do educador: Ciley Cleto, professora de Português).

Atenção: a linguagem do texto dissertativo-argumentativo costuma ser impessoal, objetiva edenotativa. Mais raramente, entretanto, há a combinação da objetividade com recursos poéticos, como metáforas e alegorias. Predominam formas verbais no presente do indicativo e emprega-se o padrão culto e formal da língua.

O Parágrafo

Além da estrutura global do texto dissertativo-argumentativo, é importante conhecer a estrutura de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.

Parágrafo é uma unidade de texto organizada em torno de uma ideia-núcleo, que é desenvolvida por idéias secundárias. O parágrafo pode ser formado por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos relacionados com a tese ou idéia principal do texto, geralmente apresentada na introdução.

Embora existam diferentes formas de organização de parágrafos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalísticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem a idéia-núcleo), a conclusão. Em parágrafos curtos, é raro haver conclusão.

A seguir, apresentarei um espelho de correção de redação. A faixa de valores dos itens analisados sofre alteração a cada concurso, os aspectos macro-estruturais e micro-estruturais são variáveis na maneira como são expostos. No entanto, os espelhos não fogem ao padrão pré-determinado.

Fonte: site algo sobre

domingo, 12 de junho de 2011

Saiba mais sobre a criação do figurino do filme Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton

Olhos charmosamente insones e versões entre quase inocentes, românticas e até sexys (a protagonista agora tem 19 anos) do famoso vestido azul de Alice estão entre os hits de estilo desta nova leitura cuja caracterização é fruto da parceria entre Valli O’Reilly, responsável pela maquiagem, Terry Baliel, que assina o cabelo e Colleen Atwood, com o trabalho de recriar os figurinos do clássico livro de Lewis Carroll, lançado em 1865, para um conto de fadas “a la” Tim Burton. O resultado deveria, claro, incluir o clima sombrio e fantástico característico da assinatura cinematográfica do diretor.
Vencedora de dois Oscars (pelos figurinos de “Memórias de uma Gueixa” e de “Chicago”), recrutada por Burton em sete de seus filmes, entre eles “Edward, Mãos de Tesoura” e “Peixe Grande e Suas Histórias”, Colleen Atwood inspirou-se nas ilustrações das primeiras edições do livro, feitas pelo próprio Lewis Carroll e por John Tenniel. E foi além. A rainha Elizabeth 1ª (1558–1603) serviu de referência para a criação do figurino da Rainha de Copas, interpretada por Helena Bonhan Carter (note como o vestido é parecidíssimo com o de um famoso retrato da rainha Elizabeth que você vê abaixo). Já as afetações, caprichos e frufrus franceses da corte de Luís 16 no século 18 (e início do 19) inspiraram a imagem da Rainha Branca (Anne Hathaway). Para criar o Chapeleiro Maluco (Jonny Depp), Atwood olhou para os chapeleiros que viveram no século 19 e adotou traje divertido porém tradicional de casaca, calça e colete. Para Alice (Mia Wasikowska), bolou três versões do famigerado vestido azul que todo mundo tem na cabeça dos livros da infância e do clássico da Disney, lançado em 1951. Ainda, desenhou a armadura, o conjunto da personagem quando está no castelo da Rainha Branca e o vestido vermelho e preto com que Alice aparece no castelo da Rainha de Copas.
  • Divulgação

    Montagem mostra foto da Rainha de Copas e quadro da rainha Elizabeth 1ª, inspiração para a caracterização da personagem no filme de Tim Burton

Com recurso 3D e mistura de animação com atores de verdade, a figurinista assina absolutamente tudo o que diz respeito a roupa no filme. Pesquisou tecidos, criou botões e adornos para todas as animações. E mandou fazer figurinos reais para que os animadores de Tim Burton criassem os virtuais. As roupas, aliás, foram todas confeccionadas especialmente para a superprodução.

Alice (Mia Wasikowska) – No filme de Burton, a personagem tem 19, e não 10 anos. No primeiro dos três vestidos azuis usados por ela, o estilo ainda é mais infantil e lembra o modelo que todo mundo conhece. Não tem, porém, avental nem crinolina (a estrutura que faz com que a saia fique dura e rodada), é mais curto e a personagem se recusa a colocar meias e espartilho para compor o visual, numa atitude rebelde e “feminista” para a época de cintura estranguladas. O segundo vestido é molenga e sexy, tanto pelos ombros e braços nus quanto pelo tamanho: a personagem encolhe e cresce durante a história, e às vezes tem que se encaixar no vestido que usava imediatamente antes da transformação. Para ter uma idéia da dimensão e proporção que as roupas teriam, a figurinista mandou confeccionar desde uma peça com tamanho original de 8 centímetros (trata-se do vestido que o Chapeleiro Maluco faz para Alice, quando ela encolhe ao ponto de esconder-se no bule de chá) até o modelo que coubesse em alguém de 2,74 metros. Curiosidade: a atriz Mia Wasikowska mede 1,62 metro. A maquiagem de Alice é
pálida, com olheiras levemente avermelhadas: a garota não dorme direito; é acordada desde a infância pelo mesmo sonho que a intriga e a deixa insone.

Rainha de Copas (Helena Bonham Carter) – Tem figurino inspirado na rainha inglesa Elizabeth 1ª. Os materiais usados em suas roupas e enfeites são baratos. O grande desafio para a caracterização foi a cabeça gigante da personagem, aumentada em três vezes em relação ao tamanho da cabeça da atriz. Ainda, usa uma prótese para aumentar a testa e uma peruca vermelha que pesa quase um quilo e meio.

Rainha Branca (Anne Hathaway) – Os frufrus e afetações da corte do rei francês Luís 16 inspiram o vestido branco com mangas curtas bufantes, manga longa de tule por baixo, bordados de pérola, tudo alvo, incluindo a peruca longa e platinada de cabelo natural. O contraste agressivo é feito por meio da maquiagem, com pele bem branca e batom e unhas em vinho bem escuro, quase preto. As olheiras, ainda que leves, como em Alice, também aparecem, rosadas. Afinal, a rainha também perdeu o sono quando teve seu reino tomado pela irmã.

  • Divulgação

    Montagem mostra dois momentos do figurino do Chapeleiro Maluco, interpretado por Johnny Depp no filme de Tim Burton

  • Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) – A figurinista pesquisou sobre a história dos chapeleiros do século 19, época em que Lewis Carroll escreveu “Alice no País das Maravilhas”, para vestir o personagem interpretado por Depp. O resultado parece o de um dândi amalucado (o dandismo, aliás, surgiu na Inglaterra, neste período), com casaca longa, lenço em laço colorido no pescoço, colete e calça, num traje de época completo. Assim como Alice e a Rainha Branca, o Chapeleiro Maluco também tem olheiras, mas são maximizadas, vermelhas e fortes. Em cima dos olhos, que foram aumentados digitalmente, sombra forte azul. Na cabeça, peruca vermelha e chapéu estilo cartola.(Colaborou Fernanda Schimidt)


  • Matéria retirada do canal Estilo.Moda UOL

    Os figurinos de Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton



    Figurino do personagem Chapeleiro Maluco, interpretado por Jhonny Deep
    Alice no país das Maravilhas, do diretorTim Burton, contou com a presença da renomada figurinista, Colleen Atwood, para o desenvolvimento dos trajes do filme. Ela, que já ganhou 2 Oscars por seus trabalhos com figurinos, um com "Chicago" e outro por"Memórias de uma Gueixa", prometeu não decepcionar e cumpriu sua promessa. Para esse trabalho, ela pesquisou muito nas primeiras edições do livro de Lewis Carrol, pensando em montar a melhor coleção possível. Mesmo modificando as peças clássicas, ilustradas na história do primeiro livro de Alice no País das Maravilhas, de 1865, Colleen Atwood conseguiu manter os traços principais daquelas roupas, apenas inovando o que já existia. Observando os croquis¹ da coleção, usada pelos personagens no filme de Tim Burton, dá para ver que a figurinista estava certa quando disse ter certeza "que os filmes (que virão) serão influenciados pelas roupas do filme (que ela fez)".


    ¹Um croquis (palavra francesa eventualmente aportuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de moda, um esboço qualquer. Um croquis, portanto, não exige grande precisão, refinamento gráfico ou mesmo cuidados com sua preservação, diferente de desenhos finalizados. Costuma ser realizado em intervalos de tempo relativamente curtos, como períodos de 10 a 15 minutos. O que costuma ser mais importante no croquis é o registro gráfico de uma idéia instantânea, através de uma técnica de desenho rápida e descompromissada.

    Roupa da protagonista de Alice no País das Maravilhas ao lado do croqui, feito pela figurinista Colleen Atwood.Vestido usado pela rainha branca, que é interpretada por Anne Hathaway, no novo Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton. O figurino foi feito por Colleen Atwood.

    Croqui desenhado por Colleen Atwood, para Helena Bonham Carter, que interpreta a rainha vermelha no filme Alice no País das Maravilhas de Tim Burton.



    sábado, 11 de junho de 2011

    Jerzy Grotowski

    Jerzy Grotowski ( Rzeszów, 11 de agosto de 1933 Pontedera, 14 de janeiro de 1999) foi um diretor de teatro polonês e figura central no teatro do século XX, principalmente no teatro experimental ou de vanguarda.

    Seu trabalho mais conhecido em português é "Em Busca de um Teatro Pobre", onde postula um teatro praticamente sem vestimentas, baseado no trabalho psico-físico do ator. A melhor tradução de "teatro pobre" seria teatro santo ou teatro ritual. Nele Grotowski leva as últimas conseqüências as ações físicas elaboradas por Constantin Stanislavski, buscando um teatro mais ritualístico, para poucas pessoas. Um dos seus assistentes e responsável pela divulgação e publicação de seus trabalhos é o hoje famoso teatrólogo Eugenio Barba.

    O trabalho de Grotowski no teatro se torna uma espécie de busca espiritual, uma confrontação entre o homem e a mitologia. É central em seus escritos e em sua prática a figura do ator "santo". Segundo Grotowski, o fundamental no teatro é o trabalho com a platéia, não os cenários e os figurinos, iluminação, etc. Estas são apenas armadilhas, se elas podem ajudar a experiência teatral são desnecessárias ao significado central que o teatro pode gerar.

    O pobre em seu teatro significa eliminar tudo que é desnecessário, deixando um ator ou atriz vulnerável e sem qualquer artifício. Na Polônia, seus espetáculos eram representados num espaço pequeno, com as paredes pintadas de preto, com atores apenas com vestimentas simples, muitas das vezes toda em preto.

    Seu processo de ensaio desenvolvia exercícios que levavam ao pleno controle de seus corpos para desenvolver um espetáculo que não deveria ter nada supérfluo, também sem luzes e efeitos de som, contrariando o cenário tradicional, sem uma área delimitada para a representação.

    A relação com os espectadores pretendia-se direta, no terreno da pura percepção e da comunhão. Desafia-se, assim, a noção de que o teatro seria uma síntese de todas as artes, a literatura, a escultura, pintura, iluminação, etc...

    Em seu livro podem ser encontrados os dez princípios dos estudantes de seu teatro laboratório. Grotowski escreveu este texto para uso interno. Abaixo alguns trechos:

    "(...) fazemos um jogo duplo de intelecto e instinto, pensamento e emoção; tentamos dividir-nos artificialmente em corpo e alma. (...) Em nossa busca de liberação atingimos o caos biológico."

    "A arte não é um estado da alma (no sentido de algum momento extraordinário e imprevisível de inspiração), nem um estado do homem (no sentido de uma profissão ou função social). A arte é um amadurecimento, uma evolução, uma ascensão que nos torna capazes de emergir da escuridão para uma luz fantástica "

    "como o material do ator é o próprio corpo, esse deve ser treinado para obedecer, para ser flexível, para responder passivamente aos impulsos psíquicos, como se não existisse no momento da criação - não oferecendo resistência alguma. A espontaneidade e a disciplina são os aspectos básicos do trabalho do ator, e exigem uma chave metódica."