domingo, 13 de maio de 2012

O TEXTO TEATRAL E O NARRATIVO
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Estudos Literários

Com exceção de certas representações como a pantomima (representação de uma história exclusivamente através de gestos, expressões faciais e movimentos), ou das improvisadas como a Commedia Dell’arte; o teatro não é uma arte totalmente autônoma. Precisa, como base, de textos literalmente elaborados. O texto foi, tradicionalmente, o alicerce básico da arte dramática na maioria das culturas, embora isso se tenha verificado de forma mais acentuada no Ocidente. Estes textos literários formam, em seu conjunto, a Literatura Dramática. As artes cênicas e a literatura dramática, que evoluíram paralelamente, constituem uma unidade indissolúvel, que se materializa na atuação, na representação, no palco.
Apesar da semelhança entre um texto teatral e um texto narrativo (conto, novela, romance), diferenças de fácil distinção, a saber:
 No texto narrativo, o narrador é o veículo dos acontecimentos, pois, é aquele que transmite a história. O texto teatral, entretanto, dispensa o narrador. No teatro a história não nos é contada, mas, sim, mostradapelas personagens vividas pelos atores, como se fosse de fato a própria realidade. Essa é a vantagem do teatro: transforma a narração em ação;nada existe sem a ação e a não ser por meio delas.
 Por outro lado, em virtude da falta de narrador, o diálogo constitui-se o elemento determinante da ação dramática. Destituídas do narrador, é a forma natural das personagens desenvolverem a ação.
 As rubricas (didascálias) são indicadoras de um texto teatral; orientam os atores sobre o modo de proceder no palco. São frases ou palavras indicando o ambiente, a época, os costumes, os gestos, os objetos e entonações de voz dos atores; grafadas entre parênteses, com letras minúsculas e, geralmente em itálico. Antes, porém, em letras maiúsculas, vem o nome das personagens. Há as rubricas de interpretação e as de movimento: PAULO: (desviando a conversa) - Está frio... (= de interpretação). CARLOS: (batendo na porta) - Marcos!MARIA (segurando a mão de Tião)  Por que Tião? (= de movimento).
 O texto teatral nos informa somente o essencial a respeito do espaço. Ao lê-lo podemos imaginar qualquer espaço. No palco não há a necessidade de se colocar uma multidão em cena para indicar que a personagem está em meio a ela. Som previamente gravado pode substituir a vozes da multidão; assim como, substituir ruídos de trens, carros, aviões, etc.
 O texto narrativo é dividido em capítulos, enquanto o teatral é dividido em atos, que podem ser subdivididos em cenas quando a peça é muito longa.
 No teatro o autor é relegado aos bastidores, onde permanece invisível e em silêncio. Ele desaparece atrás do mundo que criou.
 Enquanto os textos narrativos e teatrais ficam documentados em livros, os cenários e figurinos em fotografias e desenhos, a peça teatral é efêmera, só se realiza integralmente enquanto dura o espetáculo.
Texto de Ricardo Sergio, retirado de http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/183022

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