quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Entendendo o "belo".



Não é possível dar uma definição absoluta de belo, embora se possa estudar suas várias definições no curso da história. A dificuldade de conceituar o belo acompanha a história da filosofia, desde a Grécia Antiga. "Toda beleza é difícil", dizia Sócrates (469-399 a.C).



Podemos desenhar duas principais ideias que recortam as reflexões sobre o belo na tradição filosófica:

A) Uma que o define como ideia objetiva .
Aristóteles, na Metafísica, afirma: "As principais formas de beleza são a ordem e a simetria e a definição clara".

B) E outra para a qual a beleza é determinada pela experiência de prazer suscitada pelas coisas belas.
Nos termos de Platão, em O Banquete. 

O duplo modo de conceituação da beleza é utilizado ao longo da história da arte, desde a Grécia Antiga. Ele é reanimado na oposição entre o belo clássico - objetivo, universal e imutável - e o belo romântico - que se refere ao subjetivo, ao variável e ao relativo. Se a dicotomia belo clássico/belo romântico tem utilidade para definir contornos mais amplos, não deve levar ao estabelecimento de uma oposição radical entre os modelos, que se encontram combinados em diversos artistas e obras.
O belo clássico define-se na arte grega com base em um ideal de perfeição, harmonia, equilíbrio e graça que os artistas procuram representar pelo sentido de simetria e proporção As formas humanas apresentam-se como se fossem reais e, ao mesmo tempo, exemplares perfeitos.

A visão romântica anuncia a ruptura com a estética neoclássica e com a visão racionalista da Ilustração. Se o belo clássico remete à ordem, ao equilíbrio e à objetividade, o belo romântico apela às paixões, às desmedidas e ao subjetivismo. O belo romântico, longe de ser eterno, é social e historicamente condicionado. O foco da visão romântica do mundo é o sujeito, suas paixões e traços de personalidade, que comandam a criação artística. A imaginação, o sonho e a evasão; os mitos do herói e da nação; o acento na religiosidade; a consciência histórica; o culto ao folclore e à cor local são traços que definem os contornos do ideal romântico do belo.

Fonte: Itaú Cultural

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